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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Reportagem: Uma chamada para a vida

Uma chamada para a vida

Por Marcia Pinheiro 14 de fevereiro de 2014

A cada dois dias, três uruguaios cometem suicídio, segundo a missionária Clélia Kerne, em campo no Uruguai juntamente com seu esposo, Daniel de Oliveira. Na ONG Último Recurso, pioneira no país na prevenção de suicídios, ela atende ligações de pessoas que tentam tirar a própria vida. Segundo o Ministério de Saúde Pública e Desenvolvimento Social, em 2012, 554 uruguaios se suicidaram. É a segunda maior taxa na América Latina, e, coincidentemente o Uruguai é o país com o menor índice de evangélicos da América Latina, entre 2% a 7%, e se destaca por ter o maior índice de ateus e/ou agnósticos (23%).

Recentemente, a missionária atendeu a ligação de uma jovem senhora desesperada que, após 10 minutos de muito choro, conseguiu falar que não suportava mais viver e perguntou se Deus a perdoaria se ela se matasse. Em cerca de uma hora de conversa, aquela mulher contou que morava com seus pais, sua mãe estava em fase terminal de câncer, seu pai era alcoólatra e seu filho, de 17 anos, era viciado em drogas. Para piorar seu drama, ela sofreu um grave acidente, perdeu a mobilidade e sofre com dores fortíssimas.

A mulher insistia em saber se Deus a perdoaria se tirasse a própria vida. Clélia então respondeu: “Falemos de vida, não de morte. Deus te deu a vida, ele te ama e quer o melhor pra você. Ele está pronto para te ouvir, orientar, te dar paz. Fale com ele, e ele te responderá. Ele quer te dar uma vida abundante. A vida e a morte devem estar no tempo de Deus.”. 

A jovem senhora finalmente se acalmou e desligou o telefone. Mais tarde, ela voltou a ligar, dessa vez agradecendo a atenção recebida.

A missionária deseja continuar seu trabalho na ONG Último Recurso, que tem o apoio do Ministério da Saúde do Uruguai e é a única linha gratuita com atendimento 24 horas por dia, durante todo o ano. 

“É meu desejo continuar apoiando a ONG, adquirir experiência na atenção e cuidado da prevenção ao suicídio e com os chamados ‘sobreviventes’ (familiares e amigos das vitimas), para posteriormente desenvolver e oferecer também acompanhamento espiritual”, encerra a missionária.

FONTE:  JUNTA DE MISSÕES MUNDIAIS
WWW.JMM.ORG.BR

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