Evangélicos correspondem a mais de 1/3 dos jovens brasileiros entre 16 e 24 anos
Levantamento do Data Popular, realizado em maio de 2013, mostra ainda queda da juventude católica, comparando com os últimos dados do IBGE do Censo 2010
PorMaria Carolina Caiafa | Correspondente do The Christian Post
Evangélicos e protestantes correspondem a mais de 1/3 dos jovens brasileiros, segundo dados de uma pesquisa realizada pelo instituto Data Popular em maio deste ano (2013). Esses novos números apontam mudanças no perfil das religiões no Brasil se comparados com as informações colhidas oficialmente pelo Censo 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
- (Fonte: IBGE)Censos realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2000 e 2010 demonstram uma queda na população que se considera católica e um aumento no número de fiéis evangélicos.

O levantamento recente entrevistou 1.501 pessoas nas áreas urbanas de 100 cidades de todas as regiões do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.
Dos ouvidos durante a pesquisa, com idade entre 16 e 24 anos, 44,2% se declararam católicos, 37,6% protestantes/evangélicos, 6,7% de outras religiões e 11,5% afirmaram não possuir religião.
O Censo 2010 registrou um percentual de cerca de 64% de católicos entre os jovens com idades entre 15 e 24 anos, correspondendo a aproximadamente 35 milhões de pessoas. Segundo o IBGE, o percentual de católicos no país recuou de 73,6% em 2000 para 64,6% em 2010. “Estamos falando de quase 3 anos de diferença [entre os dados do Censo 2010 e do Data Popular]. Essa queda se acentuou e não parou. A pesquisa confirma essa tendência detectada pelo IBGE e confirma que a queda é mais forte entre os mais jovens do que entre os mais velhos”, analisa Renato Meirelles, presidente do Data Popular, em reportagem do portal G1.
Ele avalia ainda que “as igrejas evangélicas entraram mais fortemente nas classes C e D, que possuem o maior número de jovens, se valendo de novas formas de tecnologia e de evangelização. Hoje você vê funk gospel, samba gospel - modelos que só mais recentemente começamos ver na Igreja Católica”.
Esses são alguns desafios que o Papa Francisco enfrentará nesta semana na Jornada Mundial da Juventude (JMJ). O líder católico, que chega ao Brasil nesta segunda-feira (22), buscará se aproximar desse público jovem.
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A pesquisa do Data Popular mostrou ainda que os evangélicos são os que mais acreditam ser a religião o principal fator para melhorar de vida. Entre os cristãos, 45% concordaram com a frase “Deus ou minha fé é a principal responsável por minha vida melhorar”. Já entre os católicos, esse percentual é o mais baixo: 27%. Entre os de outras religiões, o número foi 33%.
Os católicos são proporcionalmente também os menos assíduos à igreja entre os brasileiros com 18 anos ou mais: 48% dos entrevistados afirmaram não ter ido nenhuma vez à igreja no último mês, 45% disseram ter ido de uma a quatro vezes e 7% mais de quatro vezes. Já entre os evangélicos e protestantes, 52% responderam ter ido mais de quatro vezes no mês, 34% de uma a quatro vezes e 14% nenhuma. Entre os de outras religiões, 34% foram mais de 4 vezes no último mês, 50% de uma a quatro vezes e 16% nenhuma.
A enquete mostra que nem sempre os fiéis seguem à risca o que pregam os líderes religiosos sobre os temas polêmicos como aborto, pena de morte, legalização do uso de drogas leves e acesso a direitos por casais de mesmo sexo: 15% dos evangélicos/protestantes brasileiros se mostraram favoráveis ao aborto, 32% desses disseram ser a favor da pena de morte, 12% apoiaram a legalização da maconha e 26% falaram que são a favor de casais homossexuais terem o mesmo direito de casais tradicionais.
A pesquisa do Data Popular trabalhou apenas nas áreas urbanas - que representam cerca de 85% da população - no formato de entrevista pessoal e trabalhando com amostras. Já na metodologia utilizada no Censo, um responsável pelo domicílio é quem responde o questionário pela família, e o objetivo é tentar abranger toda a população. “O pai pode achar que o filho é católico, mas o filho pode não se identificar como católico. Na forma autodeclarada procuramos identificar o quanto a pessoa efetivamente se identifica ou não com a religião”, explica Meirelles.
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