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segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Artigos: As artimanhas de Satanás

As artimanhas de Satanás


Um texto para refletir sobre as ações de Satanás e como elas tem sido frustradas pelo poder do Senhor Deus
por Cleiton Maciel Brito

As artimanhas de Satanás
No princípio, Satanás viu nos seres humanos uma possibilidade de criação de um deus. Um ser que, uma vez emulado e corrompido se tornaria mui poderoso, um poderoso aliado seu. Nessa perspectiva, quando a serpente, em Gênesis 3, diz a Eva que se ela e Adão comessem do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal eles se tornariam como Deus, talvez Satanás estivesse vendo isso como uma possibilidade real, uma oportunidade para forjar no homem uma antítese (com força inversa, mas com potencial igual à tese) do verdadeiro Deus.
Vale lembrar que ele já havia tentado colocar o poder de Deus em xeque arrastando grande parte do exército de anjos. Com isso, o diabo pensava ser possível criar um reino celestialmente forte, que rivalizasse com o exército de Deus. Mas dado os anjos e o próprio Satanás não terem sido criados à imagem e semelhança do Senhor, ele observou que havia uma desigualdade de natureza, e, portanto, uma desigualdade ontológica de poder.
Isso mudou quando Satanás viu Deus criando o homem (o mal, em si, não tem limites), uma nova criatura com natureza diferente de tudo o que havia sido criado até então. Com efeito, Satanás pensou que fazendo esse novo ser – semelhante a Deus em imagem e semelhança – se rebelar contra o seu criador, isso atingiria profundamente o coração do Senhor. Quer dizer, deslindou que, juntando uma natureza divina com um poder infernal, poderia forjar um ser com força para fazer frente aos planos divinos. Em uma palavra, ganharia um aliado de peso, e poderia até barganhar com Deus, dado este amar profundamente o homem, objeto maior da criação.
A desobediência no Éden, talvez, deva ser entendida neste sentido, qual seja: o homem e a mulher sendo tentados por Satanás a serem deuses, a ganharem autonomia e poderem ir contra o projeto de Deus para o universo. Isso por que o diabo apostava todas as suas fichas em uma rebelião humana, com consequências catastróficas e de reparação impossível (o salário do pecado é a morte). O próprio homem comprou essa ideia, e pensou que poderia experimentar o mal sem se tornar mau. Contudo, na sua imaturidade para julgar, julgou errado e pecou contra o Senhor, que colocou sobre ele o julgamento do afastamento da sua presença.
O homem se tornara, assim, um deus de si mesmo, mas não um deus como Deus, como Satanás previra.
Entretanto, dada a misericórdia de Deus que prometeu restaurar o homem por meio de um homem que pisaria a cabeça da serpente (que é totalmente o contrário dos planos originais de Satanás), o diabo passa a agir na história buscando introduzir meios para alterá-la, na perspectiva de não permitir que nascesse o rebento de Jessé que lhe esmagaria a cabeça. Dessarte, passa a ser um exímio leitor do mundo e das épocas, vendo como Deus estava encaminhando seu projeto de redenção da criação por meio do Cristo (o Cristo como afirmação histórica e cosmológica da ação de Deus).
A morte de Abel é obra dele. A relação dos filhos de Deus com as filhas dos homens, em Gênesis 6, também. A torre de Babel, o pecado de Davi, a invasão de Israel por outros povos, a matança de inocentes na época de Herodes, a tentação de Jesus no deserto, idem.
Tudo isso com o intuito de impedir o nascimento histórico de Jesus e sua vida na terra. Mas como Deus preparou um lugar que guardou, em segurança, o seu filho (Apocalipse 12), restou a Satanás o fazer com que, a exemplo de Adão, esse filho se rebelasse contra o Pai. Isso havia dado certo no princípio. Daria no meio, dando fim à história da redenção (a vida de Jesus no mundo foi, nesse sentido, o segundo Éden e ele, o segundo Adão. Após a morte e ressurreição de Jesus vivemos o “terceiro Éden”).
Esse plano diabólico caiu por terra posto Jesus não ceder a nenhuma das tentações de Satanás. Então, este buscou fazer com que Jesus se rebelasse, usando, para isso, a artimanha da intriga, procurando colocar inimizade entre Deus e Cristo, fazendo com que este se sentisse abandonado por aquele (isso seria uma negação da natureza de Cristo, o que faria com que Jesus negasse o próprio propósito de sua vinda e, por consequência, os desígnios dAquele que o havia enviado).
Como isso não foi efetivado, visto que Jesus permaneceu fiel (sua morte mostra sua fidelidade, e não um delito), Satanás traçou um outro plano: Jesus permaneceria fiel, sem pecar, mas poderia sofrer a consequência suprema do pecado: a morte e separação de Deus. Para isso, traçou o caminho do calvário, objetivando a morte do autor da vida (um deus, cuja externalidade é superior à sua internalidade, não é deus; a sua externalidade é que seria).
Parecia-lhe oculto o fato da ressurreição como algo já planejado por Deus. Por isso, lançou-se em festa, face ao brado de Jesus na cruz. No entanto, lançou em ira diante da glória do Cristo ressurreto, que colocou o perdão de Deus como possibilidade a todos os homens que se inclinam à vontade do Senhor; que se reconhecendo como crianças, submetem suas capacidades de julgar ao julgamento de Deus e pedem que este lhes indique o caminho a seguir.
Em suma, deixam-se ser criados à imagem e semelhança do Criador.
Satanás, qual um analista da história e do cosmos (ele opera nestes dois âmbitos, que são inter-relacionados, onde questões cosmológicas influenciam as questões históricas, e vice e versa), tem, cuidadosamente, observado isso, e frustra-se por seu plano para o homem não ter dado certo; e lutaria, se possível, para que desse. Contudo, face às provas eternas de que Deus sempre será Deus, de que os céus do Senhor lhe são os limites, e que sua condenação é iminente e eterna (Satanás é um ser mui inteligente para perceber isso, dado o conhecimento acumulado em milhões de anos), ele passa, agora, a tentar fazer com que a criação divina experimente os prazeres do pecado, contudo, escondendo-lhes a face condenatória desse ato: a morte eterna.
Em outras palavras, o diabo segue ofertando aos homens frutos que prometem um gosto prazeroso, um momento de eterno deleite, buscando inibir-lhes o apetite por fazer a vontade de Deus. No princípio, ele ofertou a anjos, que caíram. E ao longo da história, tem oferecido a nós essa experimentação do fruto de sua maldade (vale destacar que, ao menos que alguém maior que o mal intervenha, quem uma vez o experimenta se torna mau, pratica o mal e sente como missão interior o fazer com que o mal se torne absoluto).
Como sujeitos históricos e cosmológicos que somos, nos são conclamadas, pois, duas posturas:  curvar-nos aos desígnios de Satanás, fazendo parte, assim dos prazeres históricos e da tristeza eterna que ele nos oferta, ou resistirmos, submetendo-nos aos planos de Deus, os quais, sob o olhar apressado dos homens, são, recorrentemente pesados pelos sofrimentos terrenos que lhes são intrínsecos, não vendo que a alegria que nos importa é a alegria eterna.
Para isso, devemos julgar, sob os olhos do Pai, o nosso proceder, vendo se as nossas ações não estão incorrendo nos planos de Satanás, sabedores que ele tentará, de várias formas – como tem feito ao longo de milênios –  nos afastar dos jardins de Deus, oferecendo-nos o um fruto de morte com o intuito de nos impedir de provarmos da plenitude do fruto da Vida: o nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
* As opiniões expressas nos textos publicados são de exclusiva responsabilidade dos respectivos autores
e não refletem, necessariamente, a opinião do Gospel Prime.

 fonte: https://artigos.gospelprime.com.br/as-artimanhas-de-satanas/

autor(a)

Cleiton Maciel Brito

Cleiton Maciel Brito (+ artigos)

Amazonense, 27 anos. Bacharel em Ciências Sociais, Mestre em Sociologia, e doutorando em Sociologia na Universidade Federal de São Carlos. Membro da Igreja Presbiteriana do Coroado III em Manaus. Casado com Jeanne Maciel.

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