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quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Haddad quer impedir taxista de conversar sobre religião.

Haddad quer impedir taxista de conversar sobre religião

Nova regra para obtenção de licença gera contrassensos.
por Fernando Henriques

Haddad quer impedir taxista de conversar sobre religiãoHaddad quer impedir taxista de conversar sobre religião
Sabe aquela conversa informal que levamos com o taxista vez ou outra? Pois é, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), como bom socialista, quer controlá-la e restringir os assuntos que passageiro e motorista podem ou não abordar.
A censura (não há outro nome para isso) se dará da seguinte forma: Para obter a “Condutax”, licença necessária em São Paulo para dirigir táxis, o motorista precisará passar por um curso específico com carga horária total de 46 horas.
Tal curso substitui o anterior, chamado de Curso Especial de Treinamento e Orientação, que abordava desde primeiros socorros a regras de trânsito, e lhe acrescenta um módulo de oito horas focado em trajes e comportamento do taxista.
É justamente este novo módulo, obrigatório, que traz as diretrizes restritivas quanto ao que pode ser conversado dentro de um táxi na cidade de São Paulo. O item VI da grade curricular traz o seguinte:
“VI. Evitar polêmicas ou situações que provoquem estresse no passageiro em virtude de:
a. Paixões esportivas;
b. Convicções partidárias;
c. Fé e cultos religiosos;
d. Opções de comportamento pessoal;
e. Não tratar de problemas particulares, nem da categoria.”
Este curso, agora chamado apenas de “Curso de Taxista”, foi instituído através da portaria n° 183/2015, do Departamento de Transportes Públicos, em dezembro de 2015 e passou a valer a partir do último dia 18.
Quer dizer, se o taxista não rezar segundo esta cartilha, não passa no curso e por tabela não obtém a licença para trabalhar.
Com isto, a Prefeitura de SP invade uma seara que não lhe compete: criar uma regra para uniformizar a vestimenta dos profissionais é de sua alçada, controlar o que as pessoas conversam não.
Conforme apontou o jornalista de Veja Reinaldo Azevedo, a medida vai de encontro inclusive à Constituição Federal, que garante, no inciso IV do artigo 5°, a manifestação de pensamento, desde que não em anonimato.
Existe ainda o parágrafo 2° do artigo 220, que proíbe censura desta natureza: “É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística”.
Com a nova medida, alguns passageiros mais dados às conversas podem ficar sem resposta dependendo do assunto que puxarem e um mero santinho ou uma cruz pendurada no retrovisor pode se tornar um problema — a nova diretriz dá respaldo para crentes de fé distinta ou mesmo ateus reclamarem contra tais objetos, alegando que os ofende.
Até uma piada sobre o jogo do final de semana ou mesmo uma rádio gospel sintonizada podem gerar problemas ao taxista.
A medida beira o absurdo e é praticamente impossível de ser fiscalizada. Trabalham hoje, em São Paulo, mais de 30 mil taxistas. Com informações da Secretaria Municipal de Transportes de São Paulo
fonte: https://noticias.gospelprime.com.br/haddad-taxista-conversar-religiao/

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