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quinta-feira, 31 de março de 2016

Artigo: A vergonha da cruz.

A vergonha da cruz

E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso. Lucas 23:43
por Paulo Ulisses

A vergonha da cruz
Depois de todo sofrimento e dor das horas que se sucederam, desde o Getsêmani até o bater do martelo que o pregava a cruz, finalmente Cristo está às portas de seus momentos finais. Atestando todo o opróbrio que carregava sobre si, não bastando ser sentenciado por crimes que não cometeu, ele é pendurado no meio de dois ladrões.
Não sendo suficiente carregar sobre si os pecados de todos aqueles que foram agraciados com o favor de Deus antes dos tempos eternos, Cristo Jesus, agora precisava ainda suportar toda a vergonha e constrangimento por ter tomado sobre si os nossos pecados, se fazendo pecador em nosso lugar, e o fato de ter sido colocado exatamente no meio de dois transgressores, que em contraste a ele, mereciam de fato estarem ali, é o exemplo claro disso.
O sacrifício de Cristo é substitutivo, no sentido pleno da palavra. Nós, homens, fomos criados pelo Reluzente para sermos imagem e semelhança dEle, feitura sua. Ele nos fez para que pudéssemos servi-lo com perfeição, em santidade e em perfeita harmonia, diante do trono do Altíssimo. Mas então, viramos as costas e rejeitamos tamanha dádiva, e tal qual Satanás, cedemos à proposta de “ser iguais a Deus”, querendo usurpar seu lugar, não nos conformando com as indizíveis bênçãos que nos eram proporcionadas ali, na presença do Criador, e caímos em desgraça, em vergonha profunda.
Fomos expulsos, banidos da presença do Rei, atirados para longe dEle, porque preferimos nos espojar na lama do pecado, optamos por nos manchar com a corrupção da iniquidade. E agora, aqueles que foram criados outrora para servirem o Soberano, aqueles que foram feitos a partir de Sua própria imagem, são reconhecidos por terem rejeitado a graça do Pai.
A vergonha está estampada em nosso rosto, e como loucos, desnorteados, buscamos com nossas próprias forças, ou com nossos próprios esforços, nos cobrir com folhagens na tentativa de diminuir a nossa vergonha, o nosso constrangimento, mas isso é  inútil, pois nada pode ser oculto do olhar penetrante do SENHOR.
O que poderíamos fazer? Como poderíamos ser salvos do juízo de um Deus santo e justo, que abomina veementemente o pecado? A única resposta para essa pergunta é; não poderíamos, não em nós mesmos. O único que poderia fazer com que nossa vergonha cessasse, o único que poderia arrancar de nós a amargura do constrangimento que o pecado nos causou, era o próprio Criador. E ele assim o faz.
Quando Cristo é crucificado no meio de dois ladrões, ele está literalmente carregando sobre si toda nossa vergonha, todo o fardo de uma imagem corrompida e desacreditada, todo opróbrio que nos estigmatizava como caídos.
Dois retratos a partir daqui nos são expostos. De um lado, alguém que talvez tenha ouvido sobre a fama de Cristo, seus feitos, seu milagres, as palavras que proferiu e que tiveram poderosa influência na vida de muitos, mudando de uma vez por todas o rumo de seus destinos, mas que ainda sim guardava um coração orgulhoso, cheio de si.
Alguém que não havia entendido ou percebido o seu estado de vergonha e desgraça, de completa perdição, afastado de qualquer perspectiva de melhora ou mudança para uma situação favorável, e estando crucificado, esta certeza só se intensificou em seu coração. Tudo que esse indivíduo conseguiu fazer foi blasfemar, insultar, talvez pensasse que estando no final da vida, não tivesse mais nada a perder, e que depois de ter vivido toda uma história, imerso na vergonha de estar a margem da sociedade, não havia motivos para tentar melhorar sua imagem.
No entanto do outro lado, nós lemos curtas palavras, ligeiras palavras, mas que demonstravam o coração de alguém que reconhecia profundamente o seu estado de vergonha. Ante a morte, ele percebe o quão miserável é, e quão terrível é a marca que esta sobre ele, marca de alguém que preferiu dar as costas a toda uma vida, onde poderia ter se empenhado na busca de ter um destino diferente, a seguir o caminho do pecado.
Diante dAquele homem no meio deles, o ladrão agora esta certo de que seu fim também é chegado, e olhando para Cristo, tudo o que deseja é que alguém pelo menos se lembre dele, que uma única pessoa não o renegue ao esquecimento, como fruto de aversão ao que ele havia se tornado. E percebendo que Jesus era o único ali que não merecia o fim de alguém que cedeu ante a proposta vergonhosa do pecado, ele roga que o Filho de Deus, pelo menos se recorde dele.
O sacrifício de Cristo é substitutivo, no sentido pleno da palavra. O Salvador esta ali, o Redentor esta ali, Ele é a própria essência encarnada dos eternos decretos de Deus, Ele é a providência que o Pai enviou para restaurar a imagem do homem caído, limpando, retirando, apagando a mancha negra do pecado, que havia se instaurado na vida do homem.
O sangue puro e carmesim de Cristo Jesus que estava sendo derramado ali na cruz no monte calvário, é o único meio pelo qual o homem pode se livrar da vergonha que o pecado lhe causou. Somente as vestes de justiça de Jesus O Senhor, podem cobrir perfeitamente o homem, escondendo suas fraquezas. E demonstrando a que veio, num gesto de puro amor, o mais sublime amor, Cristo diz, que aquele homem, que fora estigmatizado pelo pecado, que teve sua imagem corrompida e enegrecida, que ele estaria com Cristo em seu reino.
Um reino onde tudo é perfeito, onde a criação é restaurada e confirmada na perfeição, onde o pecado jamais poderá novamente destruir a ligação de Deus com o homem. A palavra usada para descrever esse reino é “jardim” remontando a figura de que o homem estaria de volta à presença gloriosa do Criador, como estivera no inicio.
Tanto quanto aquele homem irmãos, nós provamos hoje dos benefícios da morte e ressurreição de nosso SENHOR Cristo Jesus. Hoje o Espírito Santo fora derramado sobre nós, para que por meio destas mesmas vestes de justiça, pudéssemos através da santificação, termos nossa imagem transformada e restaurada.
No livro da revelação, capítulo 7 verso 9, encontra-se a imagem daqueles que foram agraciados com a salvação em Cristo Jesus, por meio de seu sacrifício. As posturas dos santos diante do trono de Deus e do Cordeiro não são de pessoas envergonhadas, ou constrangidas.
Eles não estão vestidos com trapos imundos, cozidos por eles mesmos, numa tentativa frustrada de esconder-se de Deus, mas estão de pé, como redimidos no sangue do Cordeiro de Deus, suas vestes são brancas e alvas, perfeitas. Estão olhando fixamente para Ele, com rostos limpos e glorificando em alta voz dizendo que a salvação pertence AO SENHOR. Esta é a vitória de Jesus Cristo, esta é a nossa vitória, e devemos depositar toda nossa certeza nela, pois um dia estaremos também em Seu Reino.
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fonte: https://artigos.gospelprime.com.br/vergonha-da-cruz/

quarta-feira, 30 de março de 2016

Artigo: Elitismo evangélico?

Elitismo evangélico?

Infelizmente, temos visto o “olhar de graça” sendo esquecido nas nossas relações pessoais.
por Leandro Bueno

Elitismo evangélico?
Na carta de Tiago, capítulo 2, versículo 9, o apóstolo nos exorta a não fazer acepção de pessoas: “Mas se fazeis acepção de pessoas, cometeis um pecado e incorreis na condenação da Lei como transgressores.”
O maior exemplo de quem não incorreu nisso foi Jesus. Ele se aproximava de todos sem medo e sem restrições. Levou esperança e compaixão onde não existiam mais. A sua atitude de acolhimento não fazia distinção entre o influente Nicodemos (Jo 3), o coletor de impostos Zaqueu (Lucas 19:1-10), a mulher mal-afamada e pecadora samaritana (Jo 4), a pessoa paralítica há décadas (Jo 5) e o mendigo cego (Jo 9). O exemplo do Mestre é algo ímpar para todos nós.
Infelizmente, temos visto muito deste “olhar de graça” sendo esquecido nas nossas relações pessoais. Um exemplo que me vem à mente é dos membros de determinadas igrejas hoje em dia que passam horas e horas em redes sociais ridicularizando e zombando da fé de irmãos de igrejas mais humildes.
Algo que poderia ser apenas uma análise equilibrada de eventuais erros doutrinários e teológicos destes irmãos mais simples passa a ser motivo de chacotas sem fim. Conheço hoje páginas nas redes sociais especializadas em falar mal de outros irmãos, evidenciando em muitos comentários uma sensação até de sadismo, de raiva interiorizada, que encontra seu escape neste comportamento diário.
E o interessante é que muitos dos que agem assim são fomentados pelos seus próprios líderes e já pertenceram a estas igrejas que agora adoram caçoar e falar mal. Agora, se sentem crentes de “1a classe”, diferentes do que consideram uma “ralé gospel”.
Adoram, até usar novos termos linguísticos para se sentirem diferentes e superiores. Não falam em igreja, mas em encontros comunitários. Não falam mais em pastores, mas em mentores. Adoram dizer que igreja é desnecessário, que rejeitam as estruturas eclesiásticas, resquício da religiosidade, mas se unem para orar, cantar e celebrar, como qualquer outra igreja.
Ou seja, mudam muitas vezes apenas a forma, os “rótulos” e não o real conteúdo das coisas. Será que isso não seria uma forma de acepção de pessoas, de indisfarçável orgulho? De um elitismo evangélico vazio? Não tenho dúvidas disso.
Por outro lado, não podemos nos esquecer que vivemos em um país, onde muitas pessoas se encontram, principalmente nas grandes cidades, totalmente desamparadas, sem rumo, ainda mais que temos um governo que só oferece incertezas, não propiciando nenhum tipo de serviço público minimamente de qualidade, a começar pela falta de segurança, passando pela educação ruim, saúde péssima, etc.
Desta forma, é fácil querer cair na atitude anticristã de ficar apenas ridicularizando esses irmãos, porém, não lembrando que muitas vezes aquelas igrejas que para nós são “malucas”, por causa de suas doutrinas, talvez sejam os únicos lugares onde estas pessoas foram ou se sentem acolhidas, conhecidas pelo nome, com algum tipo de identidade, para uma realidade, como visto, que se mostra totalmente inóspita para elas no seu dia-a-dia.
Ali, nestas igrejas, ela não é mais uma pessoa invisível, como muitos que o mundo não dá importância, apesar de essenciais para o bem de todos.
Os “invisíveis” de nossa sociedade
Será que pessoas como os lixeiros, os limpadores de chão, os empregados de nossos edifícios, são seres “apessoais” para nós?
Não sabemos muitas vezes nem seus nomes, suas fisionomias, suas histórias, suas dores. Nada disso parece nos interessar ou nos dizer respeito, apesar de estarem dia após dia ao nosso lado. Eu que sempre morei em prédios, vejo isso a começar pelo próprio elevador, onde começa a discriminação social, como nos diz Jorge Aragão, em seu engajado samba Identidade: “Não vai no de serviço, se o social tem dono, não vai. ”
Atente-se que não estou aqui a defender que devemos colocar uma venda nos olhos e endossar, até pela nossa omissão, os abusos doutrinários que temos visto ultimamente em nosso país, muitos deles por meio destas igrejas neopentecostais midiáticas, que parecem estar apenas interessadas em crescer, pois isso significará mais dinheiro, ainda que a Bíblia ali seja algo de enfeite, tal é a deturpação vista.
No meu caso em particular, me deparei com uma situação que me deixou bastante reflexivo sobre tudo isso que estou falando e se também não me enquadro em um comportamento similar ao que citei. Resido em um bairro de Brasília de classe média alta, que possui um shopping vizinho ao meu prédio, com as mesmas características sociais e um cinema.
Pois bem, na semana passada, vi dois ônibus fretados caindo aos pedaços, chegando ali na frente do meu prédio, que fica do outro lado da rua do shopping, e tive uma espécie de espanto e “impacto visual” de ver um contingente gigantesco de pessoas, muitas com roupas velhas, chinelo e aspecto humilde, e aí fui me informar que eram pessoas que estavam indo assistir ao filme “Dez Mandamentos”, a maioria membras da Igreja Universal do Reino de Deus.
Ora, naquele momento senti uma grande vergonha de mim por estar fazendo acepção de pessoas. Será que se eles fossem, como se diz na gíria, “limpinhos e cheirozinhos”, eu teria tido a mesma atitude?
O interessante é que eu não me julgo pessoalmente melhor do que ninguém, sei racionalmente que todos somos iguais e somos todos pó (Gênesis 2:7) e ao pó voltaremos, mas, parece que o contexto em que vivemos e crescemos acaba colaborando para fomentar essas divisões que moram lá no nosso inconsciente, e que adoram fazer uma ligação com a nossa carne, nosso pecado, para nos afastar de nossos irmãos.
Mais a mais, temos que nos perguntar como agiríamos se em nossas comunidades de fé, chegam-se ali para orar na hora do culto um transexual, um mendigo, etc. Qual seria a nossa reação? Colocá-los para fora do templo, convidando-os para sair? Será que nos afastaríamos deles nos bancos onde nos sentamos? Será que iríamos encaminhá-los para os diáconos imediatamente para ver o que estas pessoas precisam para despachá-los o quanto antes dali? Isso é a proposta do Evangelho?
Definitivamente, não. O próprio Jesus não se negou a estar com os excluídos de seu tempo, aqueles que ninguém queria por perto. Ceiava com eles, ouvia suas dores e trazia uma mensagem de esperança.
Poderíamos ainda falar do espírito de “superioridade” que muitos religiosos nutrem quando se comparam aos de outra fé ou descrentes, a denotar outra espécie de elitismo, mas isso já seria um assunto para outra oportunidade.
A minha vontade é que essa consciência permeie os nossos corações, para que assim sejamos, de fato, cristãos. Os seguidores de Jesus Cristo foram chamados “cristãos”, “pequenos Cristos”, pela primeira vez em Antioquia (Atos 11:26) porque seu comportamento, atividade e fala eram como a de Cristo. Que esse seja o nosso espírito, havendo uma coerência genuína do nosso agir e falar para que o Reino seja manifesto neste mundo. Amém.
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fonte: https://artigos.gospelprime.com.br/elitismo-evangelico/

terça-feira, 29 de março de 2016

Artigo: Entendendo a permissão de Deus.

Entendendo a permissão de Deus

Por Anderson Cassio de Oliveira

Entendendo a permissão de DeusEntendendo a permissão de Deus
Portanto, nós também, pois estamos rodeados de tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com perseverança a carreira que nos está proposta,fitando os olhos em Jesus, autor e consumador da nossa fé, o qual, pelo gozo que lhe está proposto, suportou a cruz, desprezando a ignomínia, e está assentado à direita do trono de Deus. (Hebreus 12:1-2)
Permissão: s.f. Ação ou efeito de permitir; autorização. autorização, concordância e consentimento
Há momentos em nossa vida que somos provados diante  de circunstâncias terríveis, que muitas vezes não entendemos. Parece um pouco difícil entender como um filho de Deus pode ser provado tão ardentemente em sua vida.  Também difícil compreender como um Pai permite que um dos seus filhos sofra risco de vida, como vemos com Abraão no sacrifício de Isaque (Genesis 22).
São questionamentos como esses que norteiam a mente de muitos cristãos e que leva a um questionamento:
Como podemos entender a vontade permissiva de Deus ?
Quando entendemos um dos atributos de Deus que é Sua Soberania, ou seja, Seu Poder Absoluto, sua supremacia diante de tudo que acontece, podemos certamente compreender também o porque da sua permissão antes algumas circunstâncias.
A palavra de Deus é bem clara quando diz:
Ó SENHOR, tua é a grandeza, o poder, a glória, a vitória e a majestade, porque tudo quanto há no céu e na terra a ti pertence. Ó SENHOR, o reino é teu, e tu governas soberano sobre tudo e todos!
( 1 Cr 29:11)
“Tudo o que o Senhor quis, fez, nos céus e na terra, nos mares e em todos os abismos”.
(Salmo 135:6.) 
“Mas nosso Deus está nos céus; fez tudo o que lhe agradou”. Salmo 115:3.
Nada, em toda a criação, está oculto aos olhos de Deus. Tudo está descoberto e exposto diante dos olhos daquele a quem havemos de prestar contas. (Hebreus 4:13)
É essa soberania, poder, força e supremacia é que chamamos de Vontade Permissiva de Deus.
Mas o fato é que nunca entenderemos a Soberania de Deus, se olharmos isoladamente para esse atributo e condicional de Deus pelos olhos espirituais. Precisamos olhar para Sua Soberania entendo sempre que o Senhor tem sempre o melhor para os seus e isso independe de sofrimento e glória, de vida ou morte.  A soberania de Deus precisa ser olhada através dos olhos da fé.  Foi isso que aconteceu com os amigos de Daniel quando prestes a serem lançados na fornalha ardente disseram:
Então Sadraque, Mesaque e Adebe-Nego responderam ao rei: “Ó Nabucodonosor, não precisamos defender-nos diante de ti. Se formos condenados por isso e lançados na fornalha de fogo ardente, o nosso Deus, Elah, a quem cultuamos pode livrar-nos, e ele nos livrará das tuas mãos, ó majestade.Contudo, se ele não nos livrar, fica sabendo, ó rei, que não cultuaremos aos teus deuses, tampouco adoraremos a estátua que ergueste!” (Daniel 3:16-18). 
Deus usa as circunstancias para nos mudar e também nos fortalecer. É por isso que muitas vezes não entendemos as permissões de Deus e queremos sair das circunstâncias desfavoráveis.  As permissões são provas de fogo que Deus nos coloca para que aprendamos suas lições e cumpramos seu propósito.
Para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória, na revelação de Jesus Cristo;
(1 Pedro 1:7)
Amados, não estranheis a ardente prova que vem sobre vós para vos tentar, como se coisa estranha vos acontecesse;Mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis.
(1 Pedro 4:12,13)
Vemos que a permissão de Deus e sua provas servem para revelar algo a nós, e para que sejamos e façamos parte daquilo que o Senhor tem proposto.
As Sagradas Escrituras estão recheadas de história de homens e mulheres que foram provados em sua fé. Como não citar o fiel  Daniel na cova dos leões, a João na Ilha de Patmos e ao temente Jó que com a permissão de Deus foram provados.  Conforme o livro de Hebreus no capítulo 11 vemos que  uma lista de heróis que foram provados em sua fé. Essa nuvem de testemunhas, descrita em Hebreus 12, tiveram sua fé provada no fogo das aflições terrenas,mas obtiveram êxito.
Vemos fortemente a soberania de Deus na vida dessas pessoas, não somente pelos livramentos,mas também pela morte de alguns em razão da sua fé. Como diz o escritor no livro de Hebreus alguns foram torturados, não aceitando resgate, outros levaram escárnios, açoites, algemas e prisões. Outros entretanto, como muitos dos apóstolos, foram apedrejados, serrados no meio e mortos a fio da espada. (Hebreus 12:35-37).
O próprio escritor de Hebreus entendia tudo depende da vontade de Deus . Ele relata que o o avanço para a maturidade na fé e do ensino cristão mais aprofundado depende da permissão de Deus. |
Conforme está escrito:
Assim os faremos , se Deus o permitir. (Hb 6:3)
Vemos portanto que a permissão de Deus tinha um fim proveitoso, pois mesmo não recebendo a concretização da promessa de Deus , receberam bom testemunho de sua fé.  E a palavra acrescenta dizendo que Deus proveu coisas superiores a nossa respeito, através da vida destes guerreiros da fé (Hb 11:39-40).
As vezes, amados, através do sofrimento ou da morte de um herói , o Senhor arrebata e recruta milhões para Cristo.  Através da cegueira de um religioso perseguidor , o Senhor o torna um apóstolo influenciador. Creio que deve ser assim que devemos enxergar a soberania de Deus, crendo no seu agir e confiando sempre nas suas decisões.  Independente das condições, dos fins,que Deus nos proporciona, o Senhor sempre proverá algo melhor para seus filhos.
O maior exemplo disso é seu filho Jesus. Através de Sua soberania, Deus permitiu  e aprouvesse que seu filho vivesse, sofresse e morresse em nosso lugar para nos salvar.
Como está escrito:
Mas aprouve ao Senhor esmagá-lo pelo sofrimento; se ele oferecer sua vida em sacrifício expiatório, terá uma posteridade duradoura, prolongará seus dias, e a vontade do Senhor será por ele realizada. Após suportar em sua pessoa os tormentos, alegrar-se-á de conhecê-lo até o enlevo. O Justo, meu Servo, justificará muitos homens, e tomará sobre si suas iniqüidades.
Eis por que lhe darei parte com os grandes, e ele dividirá a presa com os poderosos: porque ele próprio deu sua vida, e deixou-se colocar entre os criminosos, tomando sobre si os pecados de muitos homens, e intercedendo pelos culpados. (Isaías 53:10-12)
Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida (João 3:16)
* As opiniões expressas nos textos publicados são de exclusiva responsabilidade dos respectivos autores
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autor(a)

Anderson Cassio de Oliveira

Anderson Cassio de Oliveira (+ artigos)

Líder do Ministério Com Cristo, avivalista apologético, trabalha principalmente com ensino, discipulado e serviço cristão, voltados a levar a Igreja do Senhor a um avivamento genuíno (com base nas Escrituras).

Fonte: https://estudos.gospelprime.com.br/entendendo-permissao-de-deus/

segunda-feira, 28 de março de 2016

Artigos: A promessa da morte (Uma Páscoa Vazia)

A promessa da morte (Uma Páscoa Vazia)

Por Alessandro Brito

A promessa da morte (Uma Páscoa Vazia)A promessa da morte (Uma Páscoa Vazia)
Alguns políticos em época de campanha eleitoral fazem muitas promessas, mas assim que ganham não as cumprem. Isso se repede em todos os períodos eleitorais, certo? Por que então as pessoas continuam votando em políticos que prometem aquilo que não será cumprido? Simples, o ser humano prefere acreditar nas mentiras que os agrada do que crer nas verdades que os cura. O resultado disso é desastroso, pois vivemos em um mundo de mentiras.
Um bom exemplo disso é o período da Páscoa onde muitas crianças recordam com facilidade dos ovos de chocolate e coelhinhos em detrimento do seu real significado bíblico. Isso acontece por conta dos ensinos propagados por líderes, ditos cristãos, que se assemelham muito com os governantes de nossa nação. Pessoas que falam apenas o que agrada o “público alvo”, ainda que seja uma mentira. Os pais cristãos e suas crianças precisam entender o real significado da Páscoa para que não terminem descobrindo a verdade só no inferno. Mas o qual é o real significado da Páscoa?

A Páscoa aponta para a morte do Cordeiro de Deus

Um dos motivos que distorcem a mensagem da Páscoa e a sua relação com a morte. Muitos líderes cristãos preferem pregar sobre “vitória”, “prosperidade” ou “humildade” para garantir a satisfação do auditório. “Quem gosta de ouvir uma mensagem de morte”, questiona alguns pastores? Ainda que não gostem a verdadeira Páscoa aponta para a morte.
Quando Moisés pediu ao rei do Egito pela libertação de seu povo ele não aceitou o pedido, e isso se repetiu até que uma praga violenta matou os filhos mais velhos de todas as famílias egípcias. Os primogênitos dos hebreus, porém, não morreram. Por que?
O livro de Êxodos capítulo 12 verso de número 5 diz que a vida dos filhos dos hebreus foram poupadas por meio da morte de cordeiros, uma prática comum no Antigo Testamento. Abel e Abraão, por exemplo, já sacrificavam animais em adoração a Deus antes mesmo do estabelecimento da Páscoa.
Isso nos parece estranho, principalmente em um tempo onde os direitos do animais crescem aceleradamente. O movimento vegano, por exemplo, que não utiliza nenhum produto de origem animal, já representa dois porcento da população do Reino Unido. Para eles o ser humano não possui o direito de explorar os animais.[1] Vamos rasgar as páginas sobre a morte dos animais para agradá-los?
Ainda que politicamente incorreta essa prática foi repetida por Jesus. Em Lucas 22.7 ele manda seus discípulos prepararem a Páscoa, ou seja, matar um cordeiro. Por que Jesus não mudou essa prática que parece ser tão cruel?
Simples, a morte do animal na celebração da Páscoa prefigurava a morte do Cordeiro de Deus, ou seja, de Jesus Cristo na cruz. Ele mesmo disse isso em Lucas 22.7: “Isto é o meu corpo dado em favor de vocês; façam isto em memória de mim”. Mas por que Jesus morreu?

A Páscoa aponta para o sacrifício do Filho de Deus

O mundo inteiro sabe que Jesus Cristo morreu, mas poucos sabem por qual motivo. Essa é a razão pela qual existe tanta distorção sobre a mensagem da Páscoa.
Em Êxodo 12.13 fica claro que a morte do cordeiro não seria o suficiente para garantir o livramento da morte dos hebreus. Era necessário também espalhar o sangue nos umbrais e nas vergas das portas. Isso tem relação direta com os sacrifícios praticados no Antigo Testamento, porém esse sacrifício só cobria o pecado do homem. Estes sacrifícios eram apenas um prenúncio do grande sacrifício.
Jesus diferente do que muitos pensam não foi morto pelos líderes judeus ou pelo Império Romano. Ele na verdade se entregou em sacrifício por conta de nossos pecados. Derramou o seu próprio sangue, capaz de quitar, de forma definitiva, toda a dívida do pecador para com Deus.
Segundo Paul Washer: “Uma dos grandes males da pregação evangelística contemporânea é que ela raramente explica a cruz de Cristo. Não é suficiente dizer que ele morreu, todos morrem. Não é suficiente dizer que ele morreu uma morte nobre, mártires fazem o mesmo. Devemos entender que não teremos proclamado completamente a morte de Cristo com poder salvador até que tenhamos limpado as confusões que a cercam e exposto seu verdadeiro significado para os nossos leitores ele morreu carregando as transgressões de seu povo e sofreu a pena divina por seus pecados. Ele foi abandonado por Deus e esmagado sob a ira de Deus em nosso lugar”.[2]
Isso foi bem ilustrado durante a guerra entre a Inglaterra e França. Os homens eram convocados para a guerra através de um sistema de sorteio. Numa ocasião, o nome de um certo homem foi sorteado. Quando convocado disse: “Eu não posso ir porque eu já fui e morri há dois anos atrás”. Quando verificaram os seus documentos constataram que havia realmente morrido em uma batalha. Ele então explicou: “Um grande amigo foi em meu lugar”. Napoleão Bonaparte julgou o caso e decidiu que realmente a França não tinha poder legal sobre aquele homem, pois ele já havia morrido na pessoa de um outro.
Jesus foi o grande amigo que morreu na cruz, não por ter cometido algum crime, mas para pagar a nossa dívida com Deus. Se entregou sacrificialmente em nosso lugar ao ponto de morrer para que todo aquele que nele acredita viva a vida eterna.
Conclusão
Como você tem explicado a mensagem da Páscoa? Ainda existe alguma confusão em sua mente em relação a razão pela qual o Cordeiro de Deus morreu de forma sacrificial? Ainda que a mensagem da cruz pareça estranha, precisamos ensinar as novas gerações que foi por meio da morte de um animal inocente que os hebreus foram salvos da praga da morte física no Antigo Testamente. Assim como devemos ensinar que a morte sacrificial de Cristo salva-nos da pior da pragas, a da morte eterna.
[1] http://archive.defra.gov.uk/evidence/statistics/environment/pubatt/download/pas2007_data_all.pdf
[2] http://voltemosaoevangelho.com/blog/2013/08/a-cruz-de-jesus-cristo-paul-washer-2026/
* As opiniões expressas nos textos publicados são de exclusiva responsabilidade dos respectivos autores
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