Uma análise bíblica e contratual sobre o calote
por Adriano Pinheiro
Definição de calote
De acordo com o dicionário da língua portuguesa, “calote” é a“dívida que não foi paga por falta de vontade ou por má-fé” (Dicionário Priberam).
Com tal definição, podemos separar o caloteiro, que é aquele contratante de má-fé, da pessoa que, por circunstâncias imprevisíveis, deixou de honrar algum contrato.
Questão de caráter
Em suma, não honrar com contratos, seja ele verbal ou escrito, pode ter como causa uma deformidade no caráter, sendo uma questão de índole, arraigada na personalidade do indivíduo.
Logo, uma pessoa que diz que alega ser “liberta” ou “transformada”, jamais será uma caloteira. O caloteiro deve transformar-se em ex-caloteiro. Vejamos:
“Aquele que furtava, não furte mais; antes trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade” (Efésios 4:28).
A gravidade do calote
O apóstolo Paulo incluiu na lista de “homens perversos” aqueles que são “infiéis nos contratos” (Romanos 1:31):
“Néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural, irreconciliáveis, sem misericórdia” (…).
A questão é tão séria, que o próprio Senhor Jesus Cristo advertiu severamente:
“Que o “sim” de vocês seja sim, e o “não”, não, pois qualquer coisa a mais que disserem vem do Maligno” (Mateus 5:37).
Isso mesmo, faltar com a palavra é coisa do “Maligno”, que é o pai da mentira e do engano.
Escândalo ao evangelho
Uma pessoa que serve ao Senhor, com sinceridade, procura honrar com sua palavra e seus compromissos.
Atualmente, há inúmeros “charlatões da fé”, que se apresentam como “homens de Deus”, para conseguir crédito, deixando um rastro de inadimplência por ondem passam. Há, inclusive, “obreiros” respondendo processos de estelionato, sem que os fiéis saibam. Se todos os obreiros fossem obrigados a apresentarem seus antecedentes criminais, o oculto seria descoberto.
Obviamente, pessoas que se apresentam como cristãos e não honram com seus compromissos, acabam por mancharem a imagem do evangelho. Em razão disso, merecem repreensão.
Responsabilidade e educação financeira
Todos nós devemos aprender a utilizar a educação financeira nas finanças pessoais. Uma simples planilha no computador, ou, até mesmo, papel e caneta, é suficiente para elaborar uma lista de todas as nossas despesas mensais.
Em Lucas 14:28, está escrita a pergunta retórica de Jesus Cristo:
“Pois qual de vós, pretendendo construir uma torre, não se assenta primeiro para calcular a despesae verificar se tem os meios para a concluir?”
Como se vê, o próprio Cristo ensinou a calcularmos as nossas despesas. Contudo, sabemos que, poucos tem este hábito.
Há pessoas que financiam veículos caros, quando a renda permitiria, apenas, um veículo popular. Após o endividamento, atribui a culpa aos juros bancários, que, na verdade, já estavam expressos no contrato de financiamento. Em suma, assinasse o contrato, com aquela taxa de juros e, posteriormente, alega-se abusividade, em vez de reconhecer a irresponsabilidade.
Devemos fazer um cálculo simples de quanto ganhamos e quanto podemos gastar. A dica é: elabore uma lista de todas as suas despesas mensais (água, energia elétrica, mercado etc.). Após isto, veja se sobra e quanto sobra, antes de contrair qualquer despesa extra.
Por outro lado, antes de contrair qualquer dívida, faça as perguntas: a) Preciso, realmente, disso? b) Está dentro do meu orçamento? Fazendo assim, você evitará as compras por impulso e não correrá o risco de ser mais um inadimplente irresponsável.
Essa é uma recomendação importante, haja vista que estamos na moda da “ostentação gospel”, em que alguns ditos cristãos procuram utilizar roupas e relógios de grife, incompatíveis com sua renda, quando não utilizam produtos de contrabando.
Conclusão
Vale enfatizar que, nem sempre a inadimplência decorre de má-fé ou irresponsabilidade. Imprevistos podem ocorrer. Se for esse o caso, devemos pedir sabedoria de Deus, para vencer as dificuldades e mantermos o nosso bom nome. Ele é um Deus provedor, mas devemos ser sábios e controlados.
Por fim, o apóstolo Paulo adverte, na carta aos Romanos, capítulo 13, versículo 8:
“A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor com que vos ameis uns aos outros”.
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e não refletem, necessariamente, a opinião do Gospel Prime.
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fonte: https://artigos.gospelprime.com.br/uma-analise-biblica-e-contratual-sobre-o-calote/
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